Tancredo Neves, avô e mentor de Aécio, faz muita falta ao Brasil.
Tancredo Neves segundo Ronaldo Costa Couto
A “Folha de S.Paulo” desta segunda (15/03) traz um interessante artigo do ex-ministro Ronaldo Costa Couto sobre Tancredo Neves, de quem foi amigo e assessor. Em seu texto, Couto explora facetas pessoais e políticas de Tancredo, por meio de casos curtos e fatos que pode observar enquanto acompanhava a trajetória daquele que foi um dos maiores políticos do Brasil. Leia alguns trechos:
(...) “Estrategista, pensava grande, via longe. Não radicalizava, fugia de decisões emocionais, errava pouco. Sabia antecipar-se, sabia esperar. Confiava, desconfiando. Conhecia os homens, suas manhas e artimanhas.” (...)
(...) “Amava o direito, conhecia economia política. Hábil negociador e operador político. Pilha de simpatia, argúcia, astúcia. Do adversário Zezinho Bonifácio: ‘O Tancredo é um político capaz de tirar as meias sem tirar os sapatos’.” (...)
(...) “Não esquecia seu pequeno mundo. Perto da morte, a alma sangrando, o corpo conectado a tubos e equipamentos indispensáveis, várias vezes rasgado, as entranhas feridas e devassadas, lembrou-se de que o padre Lopes, velho amigo, perdera a paróquia num distrito de São João del-Rei. Chamou o neto Aécio: ‘Temos de ajudá-lo. Mande ver o que está acontecendo. Quero notícias’.” (...)
(...) “Nunca o vi gripado. Perguntei qual era o segredo. "Acordo cedo e tomo banho frio, de chuveiro. Aconselho, é só acostumar. Molhe primeiro os pulsos e entre." Tomava uma aspirina por dia.
Parecia não ter medo. Quase não se estressava, apesar da trabalheira, das pressões de governar, das maratonas de campanha, das manobras golpistas que enfrentou. Deitava e logo dormia.
Como conseguia? ‘Ah, meu filho, sempre faço a minha parte o melhor que posso. O resto é com Deus e Nele a gente pode confiar.’” (...)
(...) “A falsa notícia de Diverticulite de Meckel e a previsão de alta e posse para a semana seguinte. A infecção, a dor implacável. A segunda cirurgia e a nova ilusão de melhoria. Até pose para fotos. A brutal hemorragia interna, a transferência às pressas para São Paulo. ‘Eu não merecia isso’, diz a Aécio.” (...)
(...) “Mudou o Brasil. Liderou a reconquista pacífica da democracia, morreu por ela. Fez e faz muita falta. Sim, Tancredo Neves foi o melhor presidente que o Brasil não teve.”
A íntegra do editorial Tancredo Neves está disponível para assinantes da “Folha” e do portal UOL.
A “Folha de S.Paulo” desta segunda (15/03) traz um interessante artigo do ex-ministro Ronaldo Costa Couto sobre Tancredo Neves, de quem foi amigo e assessor. Em seu texto, Couto explora facetas pessoais e políticas de Tancredo, por meio de casos curtos e fatos que pode observar enquanto acompanhava a trajetória daquele que foi um dos maiores políticos do Brasil. Leia alguns trechos:
(...) “Estrategista, pensava grande, via longe. Não radicalizava, fugia de decisões emocionais, errava pouco. Sabia antecipar-se, sabia esperar. Confiava, desconfiando. Conhecia os homens, suas manhas e artimanhas.” (...)
(...) “Amava o direito, conhecia economia política. Hábil negociador e operador político. Pilha de simpatia, argúcia, astúcia. Do adversário Zezinho Bonifácio: ‘O Tancredo é um político capaz de tirar as meias sem tirar os sapatos’.” (...)
(...) “Não esquecia seu pequeno mundo. Perto da morte, a alma sangrando, o corpo conectado a tubos e equipamentos indispensáveis, várias vezes rasgado, as entranhas feridas e devassadas, lembrou-se de que o padre Lopes, velho amigo, perdera a paróquia num distrito de São João del-Rei. Chamou o neto Aécio: ‘Temos de ajudá-lo. Mande ver o que está acontecendo. Quero notícias’.” (...)
(...) “Nunca o vi gripado. Perguntei qual era o segredo. "Acordo cedo e tomo banho frio, de chuveiro. Aconselho, é só acostumar. Molhe primeiro os pulsos e entre." Tomava uma aspirina por dia.
Parecia não ter medo. Quase não se estressava, apesar da trabalheira, das pressões de governar, das maratonas de campanha, das manobras golpistas que enfrentou. Deitava e logo dormia.
Como conseguia? ‘Ah, meu filho, sempre faço a minha parte o melhor que posso. O resto é com Deus e Nele a gente pode confiar.’” (...)
(...) “A falsa notícia de Diverticulite de Meckel e a previsão de alta e posse para a semana seguinte. A infecção, a dor implacável. A segunda cirurgia e a nova ilusão de melhoria. Até pose para fotos. A brutal hemorragia interna, a transferência às pressas para São Paulo. ‘Eu não merecia isso’, diz a Aécio.” (...)
(...) “Mudou o Brasil. Liderou a reconquista pacífica da democracia, morreu por ela. Fez e faz muita falta. Sim, Tancredo Neves foi o melhor presidente que o Brasil não teve.”
A íntegra do editorial Tancredo Neves está disponível para assinantes da “Folha” e do portal UOL.
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