Os Planos de Aécio Neves
Enviado por Adriana Vasconcelos - 28.4.201/O Globo.
Com o segundo maior colégio eleitoral do país, Minas Gerais terá um papel decisivo nas eleições presidenciais deste ano.
Não é a toa que o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, desembarca nesta quarta-feira em Urberlãndia para a sua segunda visita ao estado em menos de 10 dias, prometendo voltar no próximo dia 2, só que em Uberaba.
Em todas as visitas a Minas, Serra teve e terá ao lado o ex-governador Aécio Neves, que deixou o cargo no fim do mês passado com nada menos do que 92% de aprovação dos mineiros.
Claro que Aécio preferia estar no lugar de Serra, como candidato do partido à sucessão presidencial, mas depois de investidas frutradas para reverter essa situação, o ex-governador mineiro optou por mergulhar de cabeça na campanha do colega tucano.
Mas dificilmente cederá à pressão para ser vice na chapa de Serra, por mais que a dobradinha tucana facilite uma vitória do PSDB em outubro.
O fato é que a disputa será apertada, a despeito das dificuldades enfrentadas neste momento pela campanha de Dilma.
Colocar as duas principais estrelas tucanas numa mesma chapa e perder, seria o pior dos mundos para o PSDB.
Além disso, Aécio resiste em vincular sua trajetória política, até agora de sucesso, à de Serra ou de qualquer outra pessoa.
É certo, porém, que Aécio deverá ter em relação a Serra o mesmo empenho que terá para tentar eleger Antonio Anastasia seu sucessor em Minas Gerais.
Ao contrário de 2002 ou 2006, quando disputava o governo de Minas Gerais e poderia ter uma vitrine própria com o PSDB estando ou não na Presidência, agora Aécio não ganhará nada como senador de oposição no Congresso Nacional.
Além disso, se conseguir garantir uma vitória do candidato tucano em Minas, certamente não lhe faltará reconhecimento pelo papel na construção da eleição de Serra.
Já há quem aposte, inclusive, que num eventual governo Serra, Aécio poderia até mesmo sonhar com a presidência do Senado, mesmo se o PSDB não conquistar a maior bancada da Casa.
Mas a hora agora é suar a camisa e deixar para fazer planos só depois das eleições.
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