Aécio Neves : "A Copa da "belezura" frustou planos de muitos"



Aécio Neves " A Copa da "belezura" frustou planos de muitos"


Aécio Neves apostará nas urnas de São Paulo e do Nordeste para derrotar Dilma

Os aliados do principal rival da presidenta Dilma Rousseff revelam a sua estratégia para vencer a eleição. O candidato tucano deverá mirar a petista, mas deve poupar críticas ao ex-presidente Lula




Aécio Neves, PSDB, possui 20% dos votos. / A. BRASIL


A derrota retumbante do Brasil frente a Alemanha fez a nação fitar outro espetáculo agendado para este ano: a eleição presidencial. Com os sonhos do hexa ainda vivos, os presidenciáveis não tinham outra alternativa a não ser permanecer em seus bancos de reserva em frente aos televisores. Mas o impensável 7 a 1 mudou tudo. A batalha do Planalto, também realizada a cada quatro anos, voltou à baila. E a campanha começou oficialmente, para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta semana. Os oposicionistas enfrentarão então uma disputa de tiro curto para impedir a reeleição da favorita Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT). Terão 12 semanas para conquistar votos suficientes para que haja um segundo turno no qual provavelmente apenas um deles enfrentará a petista.

Em tempo: futebol não entra nessa conta, acredita Marcus Pestana, presidente do diretório mineiro do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Para o aliado de primeira hora do candidato Aécio Neves, “não há correlação entre resultado de Copa e eleição." "Se assim fosse, o PSDB estaria melhor que o PT”, brinca. Isso porque o Brasil ganhou o último Mundial em 2002, quando Fernando Henrique Cardoso tentou eleger seu sucessor, José Serra, sem sucesso. Nesta quinta-feira, Aécio fustigou: "estive lá, como torcedor, no Mineirão,atônito com aquele resultado, e nunca misturei as coisas. Mas aqueles que esperavam fazer da Copa do Mundo, como disse a presidente, uma 'belezura' para influenciar nas eleições, vão se frustrar."

Segundo colocado nas tabelas eleitorais, o senador Aécio Neves já elaborou a sua estratégia. Centrará forças nas urnas de São Paulo e do Nordeste. Espera também capitalizar votos com o desejo de mudança de rumo do país. Segundo pesquisa do Datafolha divulgada em junho, 74% dos brasileiros desejam que as ações do próximo presidente sejam, de preferência, diferentes da atual gestão. “Como as manifestações de junho mostraram, há uma insatisfação popular com as políticas públicas atuais e a inabilidade administrativa da presidenta Dilma. Existe uma lacuna no eleitorado a ser preenchida aí”, analisa Pestana.

Para se credenciar a obter estes votos, hoje em sua maioria com a petista, a campanha tucana aposta em desconstruir a imagem de gerentona que elegeu Dilma em 2010. Para isto, ilustrarão a sua “falta de gestão” com obras atrasadas, contratos superfaturados e gargalos em serviços públicos. E, paralelamente, propagandearão "o choque de gestão de Aécio Neves" no comando do Estado de Minas Gerias entre 2003 e 2010, quando gastos públicos foram reduzidos e investimentos ampliados por meio de parcerias público-privadas. Não será só pelo PIB fraco durante o governo de Rousseff, dizem partidários de Neves, que ele vencerá Dilma. Os tucanos reconhecem que não haverá um tsunami econômico no país este ano.

Fonte El Pais

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