Aécio Neves líder da oposição escreve sobre o desastre de Mariana


Aécio escreve sobre o desastre de Mariana



Neste momento de sofrimento e indignação é preciso que o grito de socorro e alerta que ecoa de Mariana alcance a consciência do Brasil.

Um país se constrói com ações objetivas e com valores. Nas duas dimensões estamos em falta com os brasileiros das áreas atingidas pela tragédia.

Aparentemente se esquecendo do simbolismo do cargo que ocupa, somente uma semana após o rompimento das barragens que provocaram o grave desastre ambiental, -e após reiteradas críticas pela sua ausência- a presidente Dilma Rousseff sobrevoou a região, se limitando a contemplar à distância a destruição.

Não se encontrou com nenhuma das famílias, não apertou as mãos de quem perdeu entes queridos, não olhou nos olhos de nenhum desabrigado, não sentiu o odor da lama que varreu do mapa uma localidade inteira e afetou dezenas de municípios, em Minas e no Espírito Santo. Não levou a nenhum dos atingidos a solidariedade dos brasileiros que representa.

A passagem meteórica da presidente é reveladora da enorme distância que separa a vida real da população da pauta dos governantes de plantão. Some-se a isso, em mais uma evidência do distanciamento do governo da tragédia, o constrangedor vídeo que circula nas redes sociais mostrando que, sete dias depois, a presidente não sabia sequer o nome da empresa responsável pelo desastre.

Durante muitos anos ainda ouviremos falar da tragédia de Mariana. Não são apenas os números que são superlativos, mas toda a dimensão humana, social, ambiental e econômica que o fato envolve. O que aconteceu diz respeito ao país como um todo. A questão ambiental, com toda a sua complexidade, precisa tornar-se protagonista na agenda pública. Agir no presente significa escolher o futuro.

Precisamos de mais celeridade e transparência. Precisamos de compromisso e de comprometimento.

O projeto de lei do novo marco da mineração continua tramitando na Câmara dos Deputados sem merecer a devida atenção do governo, até o presente momento. Ele não foi capaz de contemplar as graves questões que o setor enfrenta na área ambiental, nem estabelecer as diretrizes necessárias para que se possa adotar a sustentabilidade como um pressuposto das suas atividades.

A tragédia de Mariana, que avançou sobre Governador Valadares e diversos outros municípios e chega ao Espírito Santo, se impõe como um divisor nas políticas públicas que regem a questão ambiental no país. Temos o dever de buscar o crescimento econômico em harmonia com a preservação do ecossistema e a valorização da dignidade humana. É um bom sonho a renascer da terra devastada.

Bento Rodrigues não pode se transformar apenas em mais uma fotografia na parede

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Com público, Filarmônica de Minas Gerais celebra Beethoven nesta quinta-feira

Boa gestão faz Minas receber 7 bilhões de novos investimentos esse mês

Anastasia coordenará programa do senador Aécio Neves